Uma leoa persegue uma gazela. Onde está o stress?
A gazela em perigo de morte só tem uma solução: fugir do perigo, reflexo atávico das presas.
O stress activa uma resposta face a uma ameaça vital; toda a energia do organismo da gazela está mobilizada a 100% nesta corrida pela vida.
Pelo seu lado a leoa persegue a gazela porque a sua função biológica digestiva não está satisfeita; a leoa (como as suas crias?) corre o perigo de morrer de fome se falhar na caça. O stress mobilizado a 100% é a solução para resolver a função energética insatisfeita.
Conclusão: leoa e gazela estão ambas em stress.
mas este caso da gazela e da leoa ocorre da mesma maneira nos seres humanos? Ou tudo se complica?
o caso do Manuel responde a esta pergunta.
É hora do almoço. Há 40 minutos que Manuel e um grupo de colegas de trabalho andam à procura dum restaurante. Onde está o stress?
Ninguém questiona que Manuel entra num estado de stress porque a hora do almoço está a passar; como o caso da leoa, parece que a sua função digestiva não está satisfeita e isto desencadeia uma reacção de stress. O nervosismo, a salivação, a impaciência do estômago reflectem a alteração do estado hormonal desencadeada pelo cansaço da procura do alimento.
Mas será que o stress do Manuel está directamente ligado á fome?
O mal-estar dele é bem outro. Ele não suporta ambientes de grupos e muito menos de almoços de trabalho! Como está nervoso, transpira: sente-se em perigo porque não pode fugir.
Ao contrário da gazela e da leoa ele está encurralado, sem solução = stress e aflição.